23 de janeiro de 2015

O turbante e sua história.

O turbante, ojá ou torço e sua riquíssima historia.
As pessoas acreditam que a história do turbante está ligada à funções apenas religiosas ou atualmente estéticas, símbolo de moda, esquecem que por trás do uso há também a questões sociais. O turbante é um dos símbolos da identidade negra, africana e brasileira, mas que também remete a cultura oriental.
A origem e quando surgiu o turbante é desconhecida, mas sabe-se que já era usado no Oriente, antes do ano 570DC, ou seja, ou seja, antes do nascimento de Maomé e do surgimento do islamismo. Chamado no islamismo como kawrah (turbante), tendo a função de envolver e proteger os pensamentos. Ele era usado apenas pelos homens.
O turbante (do persa دلبنت dulband, em turco tülbent), consiste em uma grande tira de pano de até 45 metros de comprimento enrolada sobre a cabeça, e de uso muito comum na Índia, no Bangladesh, no Paquistão, no Afeganistão, no Oriente Médio, no Norte da África, no Leste da África (principalmente no Quênia), no Sul da Ásia e em algumas regiões da Jamaica. O que diferencia uma das outras é a forma em que elas foram criadas/adaptadas pelo uso de cada povo.
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Principal símbolo da fé Sikh, religião monoteísta indiana. Nela os homens e mulheres não devem cortar os cabelos e sim utilizar os turbantes para envolvê-los. E no dia mundial do turbante (13 de Abril) os homens Sikh exibem seus exuberantes turbantes com orgulho e como exemplo para as novas gerações para que o hábito e a religião não se percam.
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Sendo muito importante para os indianos o turbante, na cidade de Jaipur – India, existe o museu do turbante chamado Udo Knoff , muitos turistas visitam o lugar para comprar um original.
O turbante tem um forte significado religioso e de maturidade/elevação espiritual e também de identificação de classe social. Na África ele está diretamente ligado ao sentido religioso e também ao significado social que remete a valorização da nossa história, com o reconhecimento das nossas lutas e o que significa carregar ainda hoje no sangue e na pele as amarras deste processo socio-histórico e que até hoje ainda lutamos pelo reconhecimento social, enquanto um direito à preservação da nossa cultura, dos nossos valores, sem sermos ridicularizados e sim respeitados por nossa inserção.
Para nós brasileiras, herdeiras da cultura afro, o turbante significa o símbolo da nossa história. Ele chegou ao Brasil, influenciado pela cultura africana, sendo muito usado pelas baianas, como parte integrante do seu traje que, traz o significado claro do respeito, do resgate e da valorização da nossa ancestralidade, registradas através de diversas fontes, respeitado em sua integralidade.
Na moda, em 1930 o estilista francês Paul Poiret, inspirado pela indumentária oriental e nos figurinos exóticos, introduziu o acessório na alta costura fazendo a cabeça de várias mulheres sofisticadas e artistas, entre elas Simone de Beavouir, Coco Chanel e Greta Garbo. Logo depois foi a vez de Carmen Miranda popularizar o acessório no Brasil.
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Na década de 60 eles foram bem populares, sendo usados por mulheres ocidentais, como acessório de moda.
Com o movimento do orgulho negro que teve origem nos Estados Unidos fez com que o uso do turbante novamente voltasse ao cenário como uma forma de afirmação para o povo negro.
Hoje em dia é usado no mundo todo, não apenas ligado a religião ou a funções sociais e sim também como estética.

Estigma contra os turbantes
O uso de turbantes desencadeou algumas hostilidades e até crimes nos Estados Unidos, em consequência dos atentados de 11 de setembro de 2001, uma vez que os a população dos Estados Unidos e do mundo, passaram a relacionar as pessoas portando turbantes com a religião muçulmana e esta com o terrorismo.
A questão não é quem usa ou não, mas a questão é usá-lo de forma consciente, não apenas por moda e sim pela valorização da cultura afro, pense nisso!!!
Vamos turbantear por ai. 

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